Câmara aprova texto-base da medida que dificulta acesso a seguro-desemprego e abono salarial

Governo teve vitória apertada na votação do ajuste fiscal

BRASÍLIA — Após um dia de intensas negociações, que incluíram promessas de cargos e ameaças, o governo conseguiu aprovar o texto-base da Medida Provisória 665, que endurece as regras para concessão de seguro-desemprego e abono salarial. Agora, o seguro-desemprego só será dado ao trabalhador se ele ficar sem ocupação após um período mínimo de ano de trabalho. Antes, bastava estar em um emprego por seis meses para receber o benefício. Por 252 votos favoráveis e 227 contrários, o Palácio do Planalto obteve uma apertada vitória na contagem regressiva pela aprovação do ajuste fiscal, que deve ser concluída no Congresso até 1 de junho.


A sessão da Câmara nesta quarta-feira – André Coelho

Neste momento, a Câmara analisa dois destaques ao texto que tentam retomar as regras anteriores à edição da MP. A análise de outros destaques ficou para amanhã. Depois de concluída a apreciação pela Câmara, o texto vai ao Senado. Se o Senado modificá-lo, terá de retornar à Câmara.
Minutos antes do início da votação, o líder do governo, José Guimarães (PT-CE), fez um apelo explícito aos aliados:
— Vamos votar a MP, o governo vai reconhecer o gestos de todos vocês — disse Guimarães.


Logo que o texto-base foi aprovado, o PT foi alvo de críticas da oposição. Um grupo de parlamentares cantou o samba “Vou festejar”, com a letra atacando o partido: “PT pagou com traição, a quem sempre te deu a mão”.
Apesar da aprovação, alguns partidos da base se posicionaram contrários à MP. Foi o caso do PSC e do PDT, que inclusive sofreu ameaças de que perderia o Ministério do Trabalho caso não ajudasse o governo na votação. No momento em que foi encaminhar o voto contrário do PDT, o líder do partido, André Figueiredo (CE), optou pelo enfrentamento e rechaçou as ameaças:
— O PDT não se rende! O PDT não se vende por cargos. Se for para entregar cargos nos ministérios, entregaremos de bom grado — disse, no plenário

 

fonte: JÚNIA GAMA

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