BB eleva taxa de juros para o crédito imobiliário

Mudança entra em vigor no dia 18 de maio; limite de financiamento de 80% do valor do imóvel foi mantido


SÃO PAULO – Depois da Caixa Econômica Federal, é a vez do Banco do Brasil deixar mais caro o financiamento para quem vai comprar a casa própria. A partir do dia 18, a taxa de juros máxima será elevada de 9,9% ao ano mais a TR para 10,4% mais a variação da TR. A entrada mínima foi mantida em 20% e o prazo máximo de financiamento foi elevado de 360 meses (30 anos) para 420 meses (35 anos).

De acordo com o banco, a mudança ocorreu devido ao aumento nos custos de captação. Acrescentou ainda que os 10,4% referem-se à taxa máxima e que, de acordo com o relacionamento com a instituição financeira, é possível conseguir taxas mais atrativas nas operações feitas no âmbito do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), que são aquelas em que o limite do imóvel é de até R$ 750 mil nos grandes centros, como São Paulo e Rio, e a fonte de recursos é basicamente a caderneta de poupança.
Também houve elevação, na mesma proporção, para os financiamentos feitos dentro da carteira hipotecária, que incluem imóveis entre R$ 750 e R$ 10 milhões. Para as demais linhas, as taxas, por enquanto foram mantidas, assim como a entrada mínima de 10%. As aquisições com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que incluem imóveis de até R$ 190 mil, estão com juros de até 8,47% ao ano, mais a variação da TR. 
Para o programa Minha Casa, Minha Vida, a taxa máxima é de 7,4% ao ano mais a TR, também sem alteração. Outra modalidade que não foi alterada pelo BB é a chamada pró-cotista, aquela em que o trabalhador possui uma conta do FGTS há mais de três anos e quer financiar um imóvel de até R$ 750 mil. Nesse caso, a taxa é de 9% ao ano mais a TR.
O Banco do Brasil tinha em dezembro (último dado disponível) uma carteira de crédito imobiliário a pessoas físicas de R$ 28,5 bilhões, um crescimento de 54,3% em 12 meses.


MUDANÇAS NA CAIXA LEVAM A ELEVAÇÃO DOS JUROS
O anúncio do BB ocorre após o principal agente de financiamento imobiliário, a Caixa, alterar as regras para esse tipo de operação. Após duas elevações de juros em 2015, o banco reduziu de 80% para 50% o limite de financiamento de imóveis dentro do SFH. No Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), o limite passou de 70% para 40%.
Na avaliação de Mauro Calil, consultor do Banco Ouroinvest, as mudanças promovidas pela Caixa abriram espaço para os demais bancos reajustarem suas taxas. Isso porque essas instituições terão uma demanda maior de consumidores que não possuem os 50% de entrada exigidos pela Caixa.
— A Caixa é o principal agente financeiro da habitação e reduziu o limite máximo de financiamento. Já era de espera que outros bancos aumentassem os juros, já que a concorrência para esse público ficou menor — diz.
O conselho do especialista é tentar dar a maior entrada possível, reduzindo assim o tamanho do financiamento e, consequentemente, o total de juros pagos. Outra dica é negociar com o vendedor descontos, já que o mercado deve ficar ainda mais desaquecido.


fonteANA PAULA RIBEIRO



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