Bradesco tem lucro 23% maior no 1º trimestre, mas inadimplência cresce


SÃO PAULO – O Bradesco elevou sua rentabilidade no primeiro trimestre, apoiado em maiores
ganhos com juros e no controle de despesas, mas o resultado foi ofuscado em
parte pelo desempenho fraco em seguros e pelo aumento da inadimplência.
O segundo maior banco privado do país anunciou nesta quarta-feira
que teve lucro líquido de R$ 4,244 bilhões no período, alta de 23,3% ante igual etapa de 2014.
Sem efeitos extraordinários, o lucro somou R$ 4,274 bilhões, aumento de 23,1% ano a ano e praticamente em linha com a
previsão média de cinco analistas consultados pela Reuters, de lucro recorrente
de R$ 4,261 bilhões.
Um reflexo do panorama econômico brasileiro foi o índice de
inadimplência medido pelo saldo de operações vencidas há mais de 90 dias, que
chegou a 3,6%, altas de 0,1 e 0,2 ponto percentual sobre dezembro e
sobre março de 2014, nesta ordem. Os indicadores antecedentes de inadimplência também subiram.
Nessa linha, a despesa do banco com provisão para perdas com
calotes deu um salto de 25,1% na comparação anual, para R$ 3,58 bilhões.
Outro impacto da estagnação econômica do país foi o estoque de crédito
do Bradesco, que subiu apenas 7,2% em 12 meses, para R$ 463,3 bilhões até março.
O destaque foram as grandes empresas, com alta de 10,4%. As
operações para pessoas físicas e para empresas médias e pequenas, que rendem
margens maiores, evoluíram apenas 7,1% e 1,9%, respectivamente.
Ainda assim, o banco se beneficiou do aumento das margens com
operações de crédito, de 6,8% para 7,3%, e da boa performance da
tesouraria, refletindo o ciclo de alta da Selic e dos títulos do banco atrelados
ao IPCA.
As despesas administrativas subiram apenas 4,7% em um ano, a R$ 7,08 bilhões.
A rentabilidade sobre o patrimônio líquido (ROE) foi de
22,3% no trimestre, aumento de 1,8 ponto percentual sobre o mesmo
período do ano
passado.

No segmento de seguros, o lucro cresceu 23,4% ano ano a
ano, a R$ 1,28 bilhão. Mas a sinistralidade, que mostra as despesas com
pagamentos a segurados, aumentou 1,6 ponto percentual.
 

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