Sem acordo, quilombolas mantêm greve de fome que chega ao 3º dia


Manifestantes invadiram o local e fecharam os portões na segunda (9).
Protesto é pela regularização e titulação das terras remanescente

Quilombolas na sede do Incra, em São Luís (MA) (Foto: Reprodução / TV Mirante)Quilombolas na sede do Incra, em São Luís (MA) 

Terminou sem acordo mais uma rodada de negociação entre a coordenação nacional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e lideres quilombolas, indígenas e lavradores que ocupam a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em São Luís, no 
Maranhão, desde a segunda-feira (8). Com isso, a greve de fome iniciada por essa liderança chega ao terceiro dia.

Ao G1, o superintendente do Incra no Maranhão, Jowberth Alves, relembrou que a principal exigência do grupo era presença da coordenação nacional em São Luís para negociar. No entanto, ele questionou as pautas apresentadas pelos ocupantes.

“Propusemos um plano de ação de cinco dias onde iríamos dobrar a capacidade técnica, com ajuda de terceirizados e profissionais de outros estados, para agilizar os processos de estudos antropológicos, mas eles querem que façamos 40 processos em um ano. Não poderíamos realizar 40 processos, pois além desta demanda existe demanda reprimida”, afirmou.
Os quilombolas agora exigem que a presidente do Incra, Maria Lúcia de Oliveira Falcón, venha a São Luís para tentar resolver o problema. 

Porém, a engenheira agrônoma com especialização em Economia e Sociologia está viajando cumprindo agenda e só poderá vir em julho, segundo afirmou Jowberth Alves.

Uma nova tentativa de negociação será realizada na segunda-feira (15), enquanto isso os quilombolas mantêm a ocupação da sede do Incra  
impedindo que funcionários entrem no prédio. Além disso, a greve de fome continua até que as reivindicações sejam atendidas.

Entenda o caso
Os quilombolas vieram de, pelo menos, dez municípios e trouxeram muitas queixas e até relatos de ameaças. Para chamar a atenção das autoridades ocuparam a sede do Incra, em São Luís, na última terça-feira (9).

Na quarta iniciaram uma greve de fome que será mantida até que seja desengavetado os processos de regularização e titulação das terras 
remanescentes de quilombos na região da Baixada Maranhense, segundo a liderança do movimento.
 
Do G1 MA

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