Dólar sobe a R$ 3,06, com intervenção menor do BC; Vale avança mais de 8%

Bovespa opera acima dos 57 mil pontos pela 1ª vez desde outubro

RIO – O dólar sobe pela quarta sessão seguida nesta
segunda-feira, reagindo à redução na intervenção do Banco Central (BC)
no câmbio e à valorização da divisa americana no exterior. O dólar
comercial opera em alta de 1,72%, cotado a R$ 3,063 para compra e a R$
3,065 para venda. Já a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registra
alta de 2,02%, aos 57.365 pontos. É a primeira vez desde outubro que o
indicador opera acima dos 57 mil pontos.

A
alta do Ibovespa é impulsionada pela disparada das ações da Vale, que
sobe 8,21% (ON, com direito a voto) e 5,78% (PN, sem voto). Isso apesar
de, na quinta-feira, a S&P ter cortado a nota de crédito da
companhia de “BBB+” para “BBB”, segunda menor nota dentro da escala de
grau de investimento. A S&P já havia rebaixado a companhia em
janeiro.

— Os investidores parecem não ter dado muita importância ao
rebaixamento. Preferiram reagir positivamente à teleconferência de
quinta-feira passada, depois de a companhia divulgou balanço. Além
disso, a empresa segue sendo influenciada por uma alta no preço do
minério de ferro e pelos rumores sobre a adoção de estímulos econômicos
na China — disse Luiz Roberto Monteiro, operador da corretora
Renascença.

Já as ações da Petrobras registram alta de 4,28% (ON) e
3,75% (PN). A valorização acontece depois de o ministro de Minas e
Energia, Eduardo Braga, ter dito, no domingo, que defende que a
Petrobras não seja mais obrigada a participar de todos os novos leilões
de exploração de blocos do pré-sal. Pelo atual marco regulatório do
pré-sal, a Petrobras é a operadora única, ou seja, a estatal precisa dar
lances com participação de ao menos 30% em todos os blocos oferecidos
pelo governo. A opinião do ministro vai ao encontro dos anseios dos
investidores, cuja maior parte acredita que a Petrobras não tem caixa
suficiente para ser operadora única do pré-sal.

BC ROLA LOTE MENOR DE CONTRATOS

O
BC iniciou hoje a rolagem do lote de contratos de swap cambial —
operação equivalente à venda de dólares no mercado futuro — que vence em
junho. A autoridade monetária rola hoje 8.100 contratos, volume 20%
menor que os 10.160 contratos que seriam necessários para renovar o
montante de US$ 9,66 bilhões que irá vencer. Dessa forma, os
investidores interpretam que o BC deixará de rolar todos os contratos e,
logo, reduzirá seu suporte ao real.

Outro fator que impulsiona o dólar contra o real é a
valorização global da moeda na sexta-feira, quando não houve negociação
no Brasil por conta do feriado.

Os analistas de instituições financeiras pioraram novamente suas
expectativas para o desempenho da economia neste ano. Para o Produto
Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país), a
estimativa de contração em 2015 subiu de 1,03% para 1,1%. Para 2016, a
projeção foi mantida em 1%.

A mediana das expectativas para o IPCA de 2015 foi revisada
para cima, de 8,23% para 8,25%, com alta esperada de 13,10% dos preços
administrados, 0,10 ponto percentual a mais. Para 2016, a projeção
permaneceu em 5,60%, com os preços administrados subindo 5,71%, ante
5,60% anteriormente.

Na Europa, as ações sobem após dado positivo do setor
produtivo, se recuperando da maior queda semanal no ano registrada na
semana passada. O índice de referência Euro Stoxx avança 1,04%, enquanto
a Bolsa de Londres tem alta de 0,36%. Em Frankfurt, a alta é de 1,61%, e
em Paris, de 1,21%.

FONTE: Rennan Setti

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