Produção da indústria cai pelo segundo mês seguido, diz IBGE
A produção caiu 0,8% em março na comparação com o mês anterior, depois de ter sofrido redução de 1,3% (dado revisado) em fevereiro, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
EVOLUÇAO DA INDÚSTRIA
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-0,7-0,8-1,70,80,5-0,40-1,2-1,70,3-1,3-0,8abr/14mai/14Jun/14Jul/14Ago/14Set/14Out/14Nov/14Dez/14Jan/15Fev/15Mar/15-2-1,5-1-0,500,51
A queda registrada na comparação mensal é a mais intensa para o mês de março desde 2006, quando o recuo foi de 1,3%.
“Mais do que a queda em dois meses seguidos, de setembro para cá, há uma frequência maior de uma trajetória descendente muito marcada. Há uma perda acumulada muito grande. É um movimento que não está restrito a início de 2015, a gente já observa há algum tempo”, disse André Luiz Macedo, gerente de indústria do IBGE.
Na comparação com março do ano passado, a baixa foi de 3,5%, a 13ª queda consecutiva da produção industrial. No ano, o setor acumula queda de 5,9% e, em 12 meses, de 4,7%. De acordo com o IBGE, essa é a queda mais intensa desde o terceiro trimestre de 2009, quando o índice havia recuado 8,1%.
De acordo com André Macedo, a sequência de 13 meses de queda do índice mensal é a maior da série histórica, iniciada em 2002.
“A sequência de taxas anteriormente a essa, a gente tinha visto de novembro de 2008 a outubro de 2009, a maior sequência era de 12 meses de resultados de negativos”. O especialista ressaltou, no entanto, que “os resultados negativos observados nesse período [2008 a 2009] eram de uma magnitude superior àqueles que estamos observando nesse momento”. Antes desse período de queda, entre 2009 e 2015, a indústria teve 11 meses de resultados negativos de setembro 2011 a julho de 2012.
“A indústria, de setembro para cá, tem uma perda acumulada de 5,1%. Ela está distante 11,2% do patamar mais alto, que foi registrado em junho de 2013”, afirmou Macedo.
O setor que mais contribuiu para o resultado negativo da indústria foi o de veículos automotores, com queda de 4,2% até março e de quase 20% nos últimos seis meses. Também influenciaram os desempenhos de máquinas e equipamentos (-3,8%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-8,1%) e de bebidas (-4,9%), entre outros.
“O que a gente observa para esse ano é que a indústria recua calcada nesse setor de veículos automotores, justificada não só pela queda de um produto específico, os automóveis, mas tem conjunto de atividades que mostram comportamento predominantemente negativo. E quando se olha o setor de metalurgia, borracha e plástico, vamos que também acompanham esse ritmo menor da produção industrial. Traz uma série [o resultado da indústria] de outras atividades também com peso importante”, afirma.
Entre os ramos que aumentaram a produção está o de produtos alimentícios, que voltou a crescer, atingindo alta de 2,1%. Entre as categorias econômicas, recuaram a de bens de capital (-4,4%), bens de consumo duráveis (-3,1%), bens de consumo semi e não-duráveis (-0,3%) e de bens intermediários (-0,2%).
Comparação anual
Em relação ao mesmo mês do ano passado, a queda de quase 13% na produção de veículos automotores também pressionou negativamente a indústria. Também contribuíram equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-22,7%), de metalurgia (-9,4%), de bebidas (-11,1%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-9,5%), de máquinas e equipamentos (-3,3%), de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-7,4%), de produtos de borracha e de material plástico (-3,0%) e de produtos de minerais não-metálicos (-2,7%).
Em relação ao mesmo mês do ano passado, a queda de quase 13% na produção de veículos automotores também pressionou negativamente a indústria. Também contribuíram equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-22,7%), de metalurgia (-9,4%), de bebidas (-11,1%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-9,5%), de máquinas e equipamentos (-3,3%), de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-7,4%), de produtos de borracha e de material plástico (-3,0%) e de produtos de minerais não-metálicos (-2,7%).
Mostraram avanço, na contramão, indústrias extrativas (8,9%) e produtos diversos (22,6%), “influenciado, principalmente, pela maior fabricação de artigos e aparelhos para prótese dentária, canetas esferográficas, próteses articulares, luvas de borracha para segurança e proteção, instrumentos e aparelhos para transfusão de sangue, moedas e lentes para óculos”.
Fonte: IBGE