Em 2015, o índice subiu 1,08%, enquanto a inflação no
período deve ser de 4,55%. O número oficial será divulgado pelo IBGE na
próxima sexta-feira.
Entre as capitais pesquisadas no Sudeste, o Rio teve a menor
variação acumulada em 2015, com alta de 0,68%. Frente ao mesmo período
do ano anterior, a variação é de 4,07%, uma taxa que coloca a cidade
abaixo de Belo Horizonte (8,09%) e São Paulo (6,37%), da inflação e da
média brasileira de 5,25%. Segundo o economista Bruno Oliva, da Fipe, a
queda de preços na cidade é ainda mais acentuada que a média nos imóveis
da Zona Sul.
— No Rio, os preços subiram menos em relação às outras duas
cidades. Por outro lado, isso é natural porque foi onde houve maior alta
dos preços entre 2010 e 2012, então essa desaceleração estaria
“devolvendo” um aumento que lhe foi particular. Embora essa variação
seja menor do que a maioria, está no mesmo nível de Belo Horizonte e São
Paulo e próximo ao índice FipeZap geral. Esse movimento de
desaceleração foi geral, e o Rio acompanha a dinâmica — afirma Oliva.
Em uma base de comparação com a inflação no acumulado do
ano, no entanto, todas as cidades que compõem o índice seguem a
tendência carioca, mas Niterói, Brasília e Curitiba apresentaram
variação negativa nesse mesmo período de -1,78%, -1,19% e -1%,
respectivamente.
O valor médio do metro quadrado em abril foi de R$ 7.590,
sendo o Rio a cidade com o preço médio mais caro, R$ 10.653, seguida por
São Paulo, cujo metro quadrado custa, em média, R$ 8.570. Os dois
municípios que apresentaram os menores preços são Contagem (R$ 3.516) e
Goiânia (R$ 4.155).
Na comparação mensal, o Rio mostrou variação de 0,04% em
abril, ante estabilidade em março sobre fevereiro. Em São Paulo, houve
aumento mensal de 0,38% no mês passado. Os maiores avanços foram
registrados em Fortaleza, cuja alta foi de 1,62%, Contagem, com aumento
de 1,1%, e Florianópolis, que subiu 1,04%.
NOVAS REGRAS DA CAIXA DEVEM IMPACTAR MERCADO
Para
Oliva, a expectativa é que a tendência de desaceleração continue, e o
ano deve fechar com variação real negativa, abaixo da inflação, com 2016
seguindo trajetória semelhante.
Embora, segundo o economista, já se esperasse uma queda nos
preços que estavam muito altos, a perspectiva econômica atual, o cenário
no mercado de trabalho e a mudança nas regras da Caixa Econômica para
concessão do crédito imobiliário têm impacto ainda maior no valor dos
imóveis.
— Os dados de mercado de trabalho e renda estão piores, e o
estímulo da demanda antes se dava muito pelo mercado de trabalho
aquecido, com aumento de renda e queda do desemprego, além da concessão
de crédito e aumento do prazo de pagamento. Nos últimos meses de 2014,
já se vislumbrava um arrefecimentos dos preços e, com a dificuldade a
mais do crédito, essa dinâmica de desaceleração deve se acentuar —
pontua o economista. — As mudanças na regra de financiamento da Caixa
dificultam a entrada de novos demandantes e, como resultado, temos os
preços desacelerando. Todo esse cenário faz com que as pessoas pensem
duas vezes antes de fazer um investimento importante como a compra de um
imóvel.
fonte:Flávia Aguiar