PF pede ‘parcimônia’ sobre ‘possível envolvimento’ de Lula na Lava Jato

 Relatório da Polícia Federal produzido na 23ª fase da Operação Lava
Jato, batizada de “Acarajé”, afirma que “possível envolvimento do
ex-presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] em práticas criminosas deve
ser tratado com parcimônia, o que não significa que as autoridades
policiais devam deixar de exercer seu mister constitucional”. Ou seja,
investigá-lo.

Entre as suspeitas levantadas pela PF está a de que
o grupo Odebrecht “arcou com os custos de construção da sede [do
Instituto Lula] e/ou de outras propriedades pertencentes a Luiz Inácio
Lula da Silva”. A entidade foi criada pelo ex-presidente após ele deixar
o Palácio do Planalto, em 2011. As suspeitas da PF são fruto da análise
de documentos e anotações, como as do celular do empreiteiro Marcelo
Odebrecht, dono da construtora Odebrecht.

Como informou o Blog,
a situação jurídica do empresário, preso desde junho passado, se
complicou com a nova fase. As suspeitas são as de que ele tinha o
controle de supostos pagamentos feitos no exterior, inclusive em parte
daqueles destinados, segundo a Lava jato, a João Santana, publicitário
das campanhas do ex-presidente Lula (2006) e da presidente Dilma
Rousseff (2010 e 2014).

Datado do dia 5 de fevereiro, o documento
é assinado pelo delegado Filipe Hille Pace e faz parte dos papelada que
perdeu sigilo nesta segunda-feira (22), após a deflagração da nova
fase. Nele, o delegado Pace informa que “é importante que seja
mencionado que a investigação policial não se presta a buscar a
condenação e a prisão de ‘A’ ou ‘B’ “.  Segundo a PF, o ponto inicial do
trabalho investigativo é o de buscar a reprodução dos fatos.

“A
partir disto, se tais fatos apontarem para o cometimento de crimes, é
natural que a persecução penal siga seu curso, com o indiciamento pelo
Delegado de Polícia, o oferecimento de denúncia pelo Ministério Público,
etc. Se os fatos indicarem a inexistência de ilegalidades, é normal que
a investigação venha a ser arquivada” , diz o relatório.

No
relatório, o delegado ainda afirma que “as anotações [de uma] planilha
possivelmente idealizada por Marcelo Bahia Odebrecht revelam, a partir
do que foi possível apurar em esfera policial, o controle que o
dirigente máximo do grupo Odebrecht tinha sobre a destinação de
recursos, à margem da lei, ao Partido dos Trabalhadores”.

Procurado pelo Blog,
o Instituto Lula não fez comentários sobre questões subjetivas, como a
informação do relatório de que o suposto envolvimento do ex-presidente
deve ser tratado com parcimônia. Explicou ainda que a sede do instituto
nunca foi construída, mas adquirida.

Veja a íntegra da nota abaixo:

“O
Instituto Lula (IL) foi fundado em agosto de 2011 na mesma casa onde
antes funcionava o Instituto Cidadania, ao qual sucedeu, e antes desse o
IPET (Instituto de Estudos e Pesquisas dos Trabalhadores). A sede fica
em um sobrado adquirido em 1991. Em 2010, ano indicado na planilha, o
Instituto Lula não existia ainda. Tanto o Instituto Lula, quanto o
Instituto Cidadania não construíram nenhum prédio.”

G1

 

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