Novo diretor-geral da PF, Fernando Segovia, autorizou o nomeação de mais policiais para acelerar conclusão de inquéritos em trâmite no STF (Vagner Rosário/VEJA.com)
A
Polícia Federal mais que dobrou a equipe da
Lava Jato que atua nos inquéritos envolvendo políticos no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar encerrar as investigações antes das eleições deste ano. O novo diretor-geral da PF,
Fernando Segovia, autorizou a nomeação de mais oito delegados, sete escrivães e 17 analistas para atuar no grupo de inquérito responsável pelas 273 investigações em andamento — 124 diretamente relacionados à Lava Jato.
Tramitam no STF os casos envolvendo políticos com foro privilegiado. Com a meta de encerrar todas as investigações até o início da campanha eleitoral, a PF deve se posicionar nos próximos meses em relatórios finais sobre a prática ou não de crimes em casos envolvendo o presidente Michel Temer (PMDB), a cúpula do governo e de seus principais aliados.
São investigados atualmente, além de Temer, os ministros
Eliseu Padilha (Casa Civil),
Moreira Franco (Secretaria-Geral),
Gilberto Kassab (Comunicações, Ciência e Tecnologia),
Aloysio Nunes (Relações Exteriores) e aliados como os senadores
Aécio Neves (PSDB-MG) e
José Serra (PSDB-SP), além do presidente do PMDB, o senador
Romero Jucá, do presidente do Senado,
Eunício Oliveira (PMDB-CE), e do peemedebista
Renan Calheiros (AL). Todos negam envolvimento em irregularidades.
No caso de Temer, a PF ainda não concluiu um último
inquérito solicitado pelo ex-procurador-geral da República
Rodrigo Janot. A investigação foi autorizada pelo ministro do STF
Luis Roberto Barroso, em agosto de 2017, depois de análise de documentos apreendidos na
Operação Patmos, que deflagrou o caso J&F , e interceptações telefônicas do então deputado
Rodrigo Rocha Loures(PMDB-PR) com Temer tratando de um decreto relacionado ao setor dos portos. Temer e Rocha Loures são suspeitos dos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e corrupção passiva.
Na gestão anterior da PF, comandada por
Leandro Daiello, o grupo contava com 24 policiais federais. A partir de agora serão 56 policiais divididos em 13 equipes formadas por um delegado, um escrivão e dois agentes. Os outros investigadores atuarão no apoio a essas equipes. Somente o número de delegados, que presidem o inquérito, saltou de nove para 17. Ao assumir o cargo, em novembro de 2017, Segovia havia afirmado que uma de suas prioridades era dar
mais rapidez às investigações envolvendo políticos e que a meta era evitar elas influenciassem a disputa eleitoral.
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