Pesquisadores encontram novas evidências de ligação do zika com microcefalia

Estudo foi apresentado no ‘New England Journal of Medicine’
João Pedro, de dois meses, chora no colo da mãe Daniele Santos, em Recife 
Nacho Doc /Reuters 

POR REUTERS


CHICAGO
— Pesquisadores anunciaram nesta quarta-feira a descoberta de novas
evidências que reforçam a associação entre o vírus zika e casos de
má-formação cerebral, citando a presença do vírus no cérebro de um feto
abortado de uma mulher europeia que ficou grávida enquanto morava no
Brasil.

Uma
autópsia realizada no feto mostrou a microcefalia, além de lesão
cerebral grave, e altos níveis de vírus zika em tecidos do cérebro
fetal, excedendo os níveis do vírus normalmente encontrados em amostras
de sangue, disseram pesquisadores do Centro Médico Universitário de
Ljubljana, na Eslovênia, em texto no New England Journal of Medicine.
As
descobertas ajudam “a fortalecer a associação biológica” entre a
infecção pelo vírus zika e a microcefalia, afirmaram pesquisadores da
Escola de Saúde Pública de Harvard e do Hospital Geral de Massachusetts,
em Boston, em um editorial que acompanha a revista científica.

O
Ministério da Saúde do Brasil confirmou no ano passado a relação entre o
zika e o surto de microcefalia na Região Nordeste do país, mas os
pesquisadores ainda tentam confirmar uma ligação científica.

Os
casos suspeitos e confirmados de recém-nascidos com má-formação
cerebral ligada ao vírus zika no Brasil chegaram a 4.074 até 30 de
janeiro, segundo último balanço do Ministério da Saúde.
 

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