Maranhão tem quatro cidades com mais eleitores do que habitantes

Porto Rico do Maranhão, Afonso Cunha, Junco do Maranhão e São Raimundo do Doca Bezerra são as cidades que possuem a maior diferença entre habitantes e eleitores no estado. Levantamento foi realizado pelo G1 com base em dados do TSE e do IBGE.

O Maranhão tem quatro cidades que possuem mais eleitores do que o número atual de habitantes. É o que aponta um levantamento do G1, divulgado nesta sexta-feira (25), com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com menos de 10 mil habitantes, os municípios de Porto Rico do Maranhão, Junco do Maranhão, São Raimundo do Doca Bezerra e Afonso Cunha, possuem cada, uma equivalência de eleitores aptos a votar superior a 105%.

Entre as cidades, Porto Rico do Maranhão é a que tem a maior diferença entre o número de eleitores com o da população. De acordo com o TSE, a cidade possui um excesso de 1.077 eleitores a mais do número de habitantes, que chega a quase 6 mil, o que representa uma diferença de 117,08%.

A menor diferença é em Afonso Cunha. Com uma população de 6.578 habitantes, o município possui 6.805 eleitores cadastrados e 5.701 pelo sistema de biometria. Com isso, a diferença chega a 227 eleitores. Veja os detalhes em cada município:

Cidades do Maranhão com número de eleitores superior ao de habitantes

CidadesEleitoresBiometriaPopulaçãoExcessoEquivalência
Porto Rico do Maranhão6.9725.9915.9551.077117,08%
Junco do Maranhão4.9784.8654.392586113,34%
São Raimundo do Doca Bezerra5.4804.6705.131349106,80%
Afonso Cunha6.8055.7016.578227103,45%

Fonte: Tribunal Superior Eleitoral

levantamento do G1 mostra que o número de cidades com mais eleitores que habitantes cresceu 60% desde as últimas eleições, em 2018. Atualmente, são 493 municípios nesta situação.

“O TSE tem os dados censitários dos adultos e o IBGE tem uma estimativa. Por que isso pode dar diferença? Porque nós temos um processo migratório muito intenso ainda”, afirma Emerson Cervi, professor de Ciência Política da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

O cientista político ressalta que há uma mudança de população da região Sul para o Norte, além das migrações que ocorrem dentro de cada região. E essas alterações mais recentes não são captadas pelo IBGE. “O último Censo é de 10 anos atrás. Então é uma aproximação.”

Outra diferença é que o IBGE considera o domicílio civil, onde a pessoa efetivamente mora. Já o TSE leva em conta o domicílio eleitoral, que pode ser o lugar em que o eleitor tenha “vínculo político, familiar, afetivo, profissional, patrimonial ou comunitário”.

493 municípios têm mais eleitores do que habitantes no Brasil em 2020 — Foto: Juliane Souza/G1

493 municípios têm mais eleitores do que habitantes no Brasil em 2020 — Foto: Juliane Souza/G1

Revisão do eleitorado

Nos casos em que há muita discrepância entre eleitores e habitantes ou que há um aumento da transferência de domicílios, a legislação prevê que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve fazer uma revisão completa do eleitorado.

Resolução 22.586/2007, do TSE, determina que seja feita uma revisão do eleitorado sempre que for constatado que o número de eleitores é maior que 80% da população, que o número de transferências de domicílio eleitoral for 10% maior que no ano anterior, e que o eleitorado for superior ao dobro da população entre 10 e 15 anos, somada à maior de 70 anos no município.

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