Dilma defende repartir CPMF com Estados e municípios
Em reunião com líderes da base aliada no Senado,
presidente sugeriu elevação da alíquota do imposto do cheque de 0,20%,
prevista na proposta inicial do governo, para 0,38%
A
presidente Dilma Rousseff se reuniu na noite desta segunda-feira, pela
primeira vez em 2016, com os líderes da base aliada no Senado. No
encontro, que aconteceu no Palácio do Planalto, a petista defendeu a
aprovação da CPMF e afirmou que, em breve, o governo enviará ao
Congresso uma proposta de reforma fiscal.
Segundo relatos de participantes da reunião ao jornal O Estado de S. Paulo,
Dilma disse que só com a volta do imposto do cheque será possível fazer
investimentos mínimos para retomar o crescimento do país. Na conversa, a
presidente sugeriu a elevação da alíquota de 0,20%, prevista na
proposta inicial enviada pelo governo, para 0,38%. A verba adicional
seria repartida com Estados e municípios, como pedem governadores e prefeitos.
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Dilma também pediu aos líderes da base para não votar logo em
plenário o projeto do senador José Serra (PSDB-SP) que trata do limite
global de endividamento da União. A proposta consta como o terceiro item
da pauta do Senado desta terça-feira. Ela disse que o governo
encaminhará uma proposta de reforma fiscal ao Legislativo que deverá
discutir essa e outras questões – o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa,
que tem trabalhado nessa reforma, participou da reunião.
Sobre outra proposta de Serra, a presidente se colocou favorável a ao
menos discutir a medida que desobriga a Petrobras de ser a operadora
única na exploração da camada do pré-sal.
Jogos de azar – Sem dar detalhes, Dilma elencou o
projeto de legaliza os jogos de azar no país, do senador Ciro Nogueira
(PI), presidente do PP, como o “melhor” em discussão no Legislativo. Mas
avaliou que caberá ao Congresso debater a proposta. No momento de forte
queda de arrecadação, o projeto de Ciro – que será discutido pelo
plenário do Senado – poderia reforçar em pelo menos 15 bilhões de reais
os cofres do governo em impostos.
Na avaliação dos presentes, Dilma teve uma postura bem diferente de
encontros anteriores. Na reunião, a presidente mais ouviu do que falou e
ainda disse que vai procurar representantes da oposição para encontrar
saídas para a crise. Ela chegou a citar nominalmente o senador Tasso
Jereissati (PSDB-CE). Segundo relatos, não se falou de impeachment e das
acusações que envolvem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Revista Veja