Apagão em São Luís: problema foi causado por empresa privada, mas resolvido por funcionários da Eletronorte, que está demitindo em massa
A privatização do setor elétrico tem causado sérios prejuízos à população e aos trabalhadores de empresas públicas, como o Eletronorte, onde a ordem é demitir. O apagão que causou transtornos em toda a Ilha de São Luís, nessa sexta-feira (8), foi provocado por imperícia de uma empresa privada, a EDP, que venceu a licitação para construir uma nova linha de transmissão no trecho onde ocorreu o acidente.
A nota acrescenta que a Eletronorte foi precipitadamente apontada como responsável pelo acidente e pelo apagão, inclusive por nota da Equatorial Energia. “Ao contrário disto, como sempre, foram os trabalhadores da Eletronorte que ajudaram a resolver o problema (que não causaram) e restabeleceram a energia para a cidade”, diz o sindicato.
Leia a íntegra da nota do STIUMA
A VERDADE SOBRE O APAGÃO DE SÃO LUÍS
Na manhã desta sexta-feira, 08 de janeiro, São Luís ficou no escuro, vítima de um apagão provocado pela queda de um cabo da empresa privada EDP em cima das linhas de transmissão da Eletronorte no trecho entre São Luís II (Pedrinhas) e Maioba.
O cabo operado pela empresa caiu em cima das linhas de transmissão da Eletronorte. É um trabalho de grande risco, uma vez que os novos cabos são puxados por cima da rede existente, entre torres com cerca de 50 metros de altura. Felizmente, não houve vítimas no local.
A Eletronorte foi precipitadamente apontada como responsável pelo acidente e pelo apagão, inclusive por nota da Equatorial Energia. Ao contrário disto, como sempre, foram os trabalhadores da Eletronorte que ajudaram a resolver o problema (que não causaram) e restabeleceram a energia para a cidade.
O Sindicato dos Urbanitários do Maranhão se solidariza com os trabalhadores da EDP, mas não pode deixar de denunciar os riscos da privatização de setores estratégicos, como o setor elétrico. Apagões estão rondando os estados brasileiros que contam com serviços de empresas privadas. O caso do Amapá foi gravíssimo, seguido do apagão no Piauí (com a distribuição privatizada recentemente) e agora, o apagão na capital do Maranhão.
Não é uma coincidência. É a realidade da privatização: trabalho precarizado e lu-cro acima de tudo. Enquanto o setor elétrico nacional público, ameaçado de privatização, é exemplo de força e soberania.
A Eletrobras é a maior empresa do setor elétrico da América Latina – mais de 200 usinas e 270 subestações em todas as regiões do Brasil, líder em transmissão de energia elétrica no país. É um dos maiores centros de pesquisa, conhecimento técnico e capacidade operacional do setor no mundo, graças sua mão de obra super qualificada. Sem falar no compromisso social na gestão dos recursos hídricos.
A política nefasta do Governo Federal quer fragilizar e destruir esse grande patrimônio do povo brasileiro, privatizando a Eletrobras, a Eletronorte e as demais empresas da holding. A demissão tem sido uma das estratégias.
Só no Maranhão, a Eletronorte notificou quase 60 trabalhadores para demissão. Atualmente, a empresa possui um quadro enxuto com cerca de 280 empregados. Com as demissões, setores estratégicos serão esvaziados. A Subestação de São Luis II, localizada em Pedrinhas, responsável pela distribuição de energia na grande São Luis, é um deles, pois 8 operadores (de um total de 12) estão sendo demitidos.
São estes trabalhadores e trabalhadoras – técnicos, engenheiros, operadores, muitos já notificados de demissão, que hoje foram para a linha de frente da recuperação do sistema para reestabelecer a energia em São Luís. O STIU-MA se orgulha desses companheiros/as e parabeniza cada um e cada uma.
Seguimos firmes, lutando contra a privatização do setor elétrico, servindo a população brasileira e sendo a energia que desenvolve e ilumina o Brasil.
08 de janeiro de 2021
Sindicato dos Urbanitários do Maranhão
Direto da Redação