Alvo de operação contra esquema de pirâmide exibe vida de luxo na internet

Ronei posa na Torre Eiffel, em Paris

Ronei posa na Torre Eiffel, em Paris
Roniel Cardoso se apresenta em uma rede social como empresário, CEO do Grupo Rony Cardoso e fazendeiro. Ele encerra o miniperfil com uma mensagem de fé: “Deus é fiel”.
Com 157 mil seguidores, nesta quinta-feira (10) o empresário foi preso pela manhã em uma operação das polícias do Rio de Janeiro, Maranhão e Brasília que mira quadrilha especializada em aplicar golpes em servidores.
Segundo a investigação, o bando que Roniel integra é suspeito de cometer ao menos quatro modalidades de crimes: associação criminosa, estelionato, crime contra a ordem econômica e relações de consumo e lavagem de dinheiro. O grupo criminoso é suspeito de conduzir um esquema conhecido como “pirâmide”.
A Justiça também determinou o bloqueio de R$ 50 milhões dos suspeitos. Roniel Cardoso dos Santos foi preso em casa, no Anil, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio. Com ele a polícia encontrou dinheiro em espécie.
A operação busca ainda outros cinco suspeitos e cumpre 36 mandados de busca e apreensão em endereços em São Paulo, Brasília e Maranhão.
No Instagram, é possível dizer que Roniel, ou Roni, tem um número considerável de pessoas que o acompanham. Viagens internacionais, carros de luxo, helicópteros, cavalos e motos aquáticas são paixões do empresário, que inclusive esteve no Rock in Rio, que terminou no último domingo (6).
Alguns dos destinos salvos por Roniel no Instagram incluem capitais europeias: Amsterdã, na Holanda; Bruxelas, na Bélgica; e Londres, Inglaterra. No Brasil, o empresário também tem registros de passagens por Recife, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Fortaleza.
Ronei em hotel de luxo na orla de Ipanema, no Rio; Ronei em moto aquática

Ronei em hotel de luxo na orla de Ipanema, no Rio; Ronei em moto aquática
Golpes em servidores
O inquérito policial apontou que o bando visava, principalmente, aplicar golpes em servidores públicos. O objetivo da quadrilha era convencer as vítimas a contratar empréstimos consignados e, em troca, prometia ganhos extraordinários que segundo a polícia eram “incompatíveis com a realidade do mercado”.
A investigação também indicou que os valores investidos pelas vítimas era reaplicado pelos empresários para que eles mesmos se beneficiassem. As benesses incluíam viagens ao exterior e até o lançamento de campanhas políticas.
Dos 36 mandados de busca e apreensão, quatro tinham como alvo a sede de empresas que, de acordo com os investigadores, foram abertas para aplicar os golpes.
A equipe de reportagem não conseguiu contato com a defesa dos investigados.

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