A guerra aconteceu!!! Palavrões, gritos, Polícia, tumulto e até socos entre vereadores na Câmara Municipal de Caxias nesta segunda-feira
19/05/2015
Conforme previsto no blog na semana passada (reveja aqui), que poderia acontecer uma guerra no imbróglio entre credenciados e não legalizados na exploração do serviço de transporte alternativo de duas rodas, o que se viu hoje (segunda-feira, 18) na Câmara Municipal, foi uma explosão de ânimos entre todos os presentes no prédio do legislativo caxiense.
Seguindo o script do primeiro e do segundo protesto, os mototáxistas chegaram no prédio da Câmara fazendo um buzinaço.
Em número bem maior que os ditos legalizados, aqueles que não concordam com alguns pontos da Lei que regulamenta a exploração do serviço lotaram o parlamento e protestaram reivindicado seus direitos, que consiste basicamente em não atender a alguns pontos da lei, como, por exemplo, pintar a motocicleta de amarelo, pois alegam que o veículo perde o valor na hora de revender.
Em meio ao tumulto, mototaxista discute com Guarda Municipal
A cada pronunciamento dos vereadores de oposição, os aplausos ecoavam no Plenário Edson Vidigal, sendo que no momento que algum governista usava a palavra, vaias eram disparadas. Em alguns momentos, para o parlamentar que usava o nome do prefeito Léo Coutinho no discurso, recebia da categoria xingamentos e muitas vaias.
Fábio Gentil negou ter dado
combustível para mototaxistas
Fábio Gentil, alvo da ira de parte dos mototáxistas já credenciados na sessão passada, esclareceu ponto a ponto as acusações feitas contra ele pela mídia alugada da Prefeitura. “Não paguei nenhum mototaxista para vir na Câmara na semana passada e nem hoje reivindicar por seus direitos”, iniciou Fábio sendo bastante aplaudido pelo público presente na Câmara. “Mototaxistas legalizados ou não, são pessoas de bem e merecem ser valorizados”, defendeu o parlamentar oposicionista afirmando ainda que “o movimento [dos mototaxistas] não é meu, mas eu, como parlamentar, acompanho”.
As desavenças existentes hoje no município entre a categoria, de acordo com Fábio Gentil, é de interesse do chefe do Executivo. “O prefeito quer uma briga entre a classe e assiste isso de camarote”, lamentou ele.
Catulé disse que o assunto agora dever
ser discutido entre executivo e legislativo
Coube ao vereador Catulé fazer um resgate de toda a historia do serviço de mototáxi, de onde, e como nasceu, além de esclarecer um ponto central na discussão: “não cabe mais a vocês [credenciados e não credenciados] ficarem aqui nessa discussão, pois esse assunto deve ser discutido e resolvido entre os vereadores e o prefeito”.
Catulé denunciou ainda de onde partiu a ideia do confronto da categoria. “É de lá [da Prefeitura] que veio a ordem para o confronto”, disse o vereador para em seguida tranquilizar os profissionais afirmando que a Câmara está unida para a solução do problema. “Nunca tinha visto esta casa entrar num consenso para resolver um problema como estamos vendo agora”, afirmou Catulé.
Ana Lúcia Ximenes marcou uma reunião com grupo de mototaxistas
para tentar uma saída para o impasse
Já quando dos discursos dos vereadores governistas, as vaias e os palavrões disparados a eles eram incessantes, o que tornou a sessão tensa e por várias vezes interrompida pela presidente Ana Lúcia Ximenes que pedia silêncio e respeito do público.
Com o clima cada vez mais exaltado, e diante da impossibilidade da continuidade dos trabalhos, a sessão foi encerrada.
Trocaram socos
Jerônimo Ferreira e Luis Carlos Ximenes acabaram roubando a
cena na Câmara ao trocarem socos e empurrões
Pouca gente viu, mas quando os vereadores deixavam o plenário, os vereadores Luis Carlos Ximenes e Jerônimo Ferreira se estranharam e socos teriam sido trocados entre ambos.
Informações davam conta que Jerônimo, ao fazer acusações contra o ex-prefeito Paulo Marinho, teria esticado essas mesmas criticas a Luis Carlos, inclusive com adjetivos fortes, o que fez com que este, no calor da discussão, reagisse contra o colega com um soco.
Não consegui ouvir nenhum dos dois envolvidos no episódio, sendo que as informações aqui narradas foram obtidas de terceiros.
Apesar do término dos trabalhos, a exaltação dos mototaxistas continuou nas galerias do prédio.
Policiais garantiram a integridade de alguns vereadores governistas…
Na saída dos parlamentares da ante-sala do plenário, dezenas de mototaxistas aguardavam os governistas, sendo que Jerônimo Ferreira e Neto do Sindicato eram os mais aguardados pelos vereadores.
… Até um veículo estacionado em frente à Câmara
As citações positivas que o vereador petista fez ao prefeito Léo Coutinho algumas vezes
durante sua fala irritou os mototaxistas, daí a ira deles contra o mesmo. Já a fúria contra Jerônimo Ferreira é recorrente em todas as categorias que reivindicam na Câmara pelo seu estilo em defender o governo Léo Coutinho. No entanto, na sessão desta segunda-feira, Jerônimo não chegou a fazer nenhum discurso favorável ao prefeito ou mesmo tomou posição contra qualquer ala dos mototaxistas.
Luis Lacerda, Paulo Simão, Neto do Sindicato e Jerônimo Ferreira ficaram mais de uma hora na ante-sala do Plenário protegidos pela segurança da Câmara, Guarda Municipal e Polícia Militar.
Apesar do grande número de homens garantindo a segurança dos vereadores, um reforço de policiais militares foi necessário para garantir a integridade dos mesmos na saída do prédio.
Quando o número de mototaxistas já era menor, os policiais e membros da Guarda Municipal fizeram um cordão humano para garantir a travessia dos edis até o veículo que os aguardava na porta da Câmara.
Como era esperado, os vereadores foram vaiados e ouviram palavrões enquanto eram escoltados pelos policiais.
A resposta que os mototaxistas tanto aguardavam da Câmara sobre a aplicação da Lei que regulamenta a categoria, infelizmente não pôde ser dada.
A presidente Ana Lúcia ainda chegou a marcar para esta terça-feira, 19, uma reunião com uma comissão formada pelos mototaxistas para, provavelmente, apresentar alguma solução para o impasse.
Nesta quarta-feira, 20, caso a reunião convocada com os que estão protestando por alguns pontos da lei sancionada não consiga resultados, teremos mais protestos.
Se os bombeiros não entrarem em cena, o bicho vai pegar na Casa do Povo.