– A gente está vivendo um processo de desgaste que talvez tenha
chegado ao fundo do poço. O governo está implantando medidas que não
foram debatidas na campanha eleitoral. Consequentemente, houve um
desgaste que foi amplificado pela deterioração da atividade econômica –
disse Cunha, ao chegar para um debate sobre políticas públicas com
investidores, na Zona Oeste da capital paulista.
Segundo Eduardo Cunha, o governo tem condições de se reerguer e, para
isso, “precisa recuperar a economia, ter ações positivas que o mostram
atuando”.
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Para o presidente da Câmara, o desgaste do governo não é do PMDB.
– O fato da gente ser aliado não significa que temos um projeto
eleitoral conjunto para frente. Nós também somos aliados de outros
partidos. Mas não quer dizer que todo o desgaste do governo também seja
nosso. A responsabilidade de governar é do PT, e não nossa.
Sobre a prisão do empreiteiro Marcelo Odebrecht pela operação
Lava-Jato, na última sexta-feira, Cunha preferiu não fazer comentários.
– São operações, decisões judiciais que se cumprem ou se contestam. Não cabe a nós fazermos comentários sobre isso.
Na entrada para o encontro com investidores, fechado para a imprensa,
Cunha confirmou que o projeto que acaba com a desoneração da folha de
salários deve ser votado na Câmara na quarta ou na quinta-feira.
Na saída, o presidente da Câmara disse que o controle das contas
públicas precisa ser um processo continuado no país, que começa com o
ajuste fiscal.
– Todos (investidores que participaram do encontro estão) preocupados
com a economia, com as contas públicas, com o ajuste fiscal e a
política fiscal de médio e longo prazo no Brasil. A avaliação é que
precisa ser um processo continuado de controles de contas públicas no
país. O ajuste fiscal não vai terminar com uma votação nesta semana ou
na próxima. Você precisa ter uma mudança de percepção. Este é um país
que tem de ter medidas de médio e longo prazo para que mostre aos
investidores que é um país que vai continuar atraindo investimento. Nós
debatemos é isso, políticas públicas de longo prazo.
por Leonardo Guandeline