Servidores do INSS decidem entrar em greve nesta terça-feira
Paralisação atinge estados como Paraná, São Paulo e Rio Grande do Norte.
Funcionários pedem reajuste salarial e melhores condições de trabalho.
Os servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) decidiram entrar em greve nesta terça-feira (7). Também participam da mobilização funcionários de postos e núcleos do Ministério da Saúde, além de locais de trabalho da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A paralisação ocorre em 16 estados: Amapá, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso,Minas Gerais, Pará, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins (veja a situação de cada um mais abaixo).
Os funcionários pedem um reajuste salarial de 27,5 % imediato, com aumento gradual durante os próximos quatro anos. Além do reajuste, querem melhorias nas condições de trabalho e no atendimento à população.
Os sindicatos dizem que será feita uma “operação padrão” nas agências do INSS e nos núcleos dos ministérios da Saúde e do Trabalho e Emprego entre 7 e 9 de julho, segundo nota da Associação Nacional dos Servidores da Previdência e da Seguridade Social (Anasps).
Nesta terça, a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), que representa a categoria nacionalmente, fará uma reunião no Ministério do Planejamento, responsável pela gestão do órgão, para novas negociações. Segundo a Anasps, haverá um encontro às 14h desta terça com o secretário de relações do trabalho, Sérgio Mendonça.
Procurado pelo G1, o Ministério da Previdência ainda não se pronunciou sobre a paralisação dos servidores.
Veja a situação nos estados:
A greve nacional atinge uma das seis agências do INSS no Amapá. Até a manhã desta terça, apenas a agência de Laranjal do Jari, no Sul do estado, havia decidido pela interrupção nos serviços.
As outras cinco – Macapá, Santana, Amapá, Porto Grande e Oiapoque – realizam assembleias na tarde desta terça para decidir se aderem ou não ao movimento.
Servidores do INSS na Bahia aderiram à greve nacional deflagrada nesta terça-feira. De acordo com Ricardo Sampaio, coordenador do comando de greve no estado, cerca de 80% das Agências da Previdência Social (APS) estão fechadas na capital e interior. Segundo ele, pedidos de aposentadorias, salários maternidade, auxílio doença, auxílio reclusão e seguro defeso são afetados com a paralisação.
No Ceará, um grupo de servidores em greve distribuiu panfletos nas ruas do Centro de Fortaleza, esclarecendo os pontos de reivindicação da categoria. De acordo com o sindicato, os servidores já realizam paralisações pontuais em cidades do interior do estado desde 2 de julho.
Segundo o Sindicato do Trabalho Previdência Social no Estado do Ceará (Sinprece), a paralisação da atividade ocorrerá por tempo indeterminado, até “nova orientação do comando nacional de greve”.
Também há paralisação em Goiás. Segundo a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde e Previdência de Goiás e Tocantins (Sintfesp-GO/TO), Terezinha de Jesus Aguiar, até quinta-feira (9) serão feitos apenas os atendimentos que foram agendados pelo telefone 135. O procedimento é chamado de “Operação Padrão”.
Por enquanto, conforme o sindicato, servidores das agências de Goiânia e Anápolis, a 55 km da capital, aderiram à greve.
Servidores do INSS no Maranhão aderiram, na manhã desta terça, à greve nacional. A paralisação atinge a capital maranhense, São Luís, e outros 13 municípios: Caxias, Codó, Santa Luzia do Paruá, Presidente Dutra, Pinheiro, Grajaú, Balsas, Bacabal, Chapadinha, Coroatá, Lago da Pedra, Coelho Neto e Tutoia.
Servidores do Mato Grosso aderiram à greve nacional por tempo indeterminado. Cerca de 800 servidores estão parados em todo o estado reivindicando melhores condições de trabalho e reajuste salarial, segundo o sindicalista Cleones Celestino Batista.
A paralisação atingiu 27 das 34 agências do INSS no estado. Em Cuiabá, as unidades cujos servidores pararam são três. Em Várzea Grande, município da região metropolitana da capital, uma agência do INSS aderiu à greve.
Servidores públicos federais em Belo Horizonte e em outras cidades de Minas Gerais aderiram à greve nacional e suspenderam as atividades, segundo informou o Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social, Saúde, Previdência, Trabalho e Assistência Social (Sintsprev/MG). Quem buscou atendimento nos postos do INSS, na capital, encontrou funcionários parados na manhã desta terça.
O sindicato afirma que agências do INSS de Belo Horizonte, Betim, Brasília de Minas, Contagem, Curvelo, Diamantina, Divinópolis, Frutal, Guanhães, Ibirité, Juiz de Fora, Montes Claros, Patos de Minas, Santa Luzia, Teófilo Otoni e Uberaba aderiram ao movimento.
No Sul de Minas, estão parados servidores de Passos, Pouso Alegre, Varginha, Lavras, Campo Belo, Três Corações, Caxambu, São Lourenço, São Gonçalo do Sapucaí, Poços de Caldas, Campos Gerais, Alfenas e Elói Mendes, segundo sindicalistas. “Muitos estão paralisando integralmente. Em outras localidades, parcialmente”, disse a diretora do comando, Maria Helena da Silva.
No Pará, servidores também aderiram à greve nacional da categoria, por tempo indeterminado, a partir desta terça-feira. A decisão foi tomada durante assembleia dos servidores, realizada no auditório da gerência regional do INSS, em Belém, no último dia 2.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Previdência, Saúde, Trabalho e Assistência Social no Estado do Pará (Sintprevs/PA), o Estado conta com 41 agências, e 80% destas teriam aderido ao movimento grevista.
Em Santarém, a unidade que fica na Rua Maestro Wilson Fonseca, no centro da cidade, interrompeu parcialmente os atendimentos. Apenas 30% do efetivo está trabalhando, segundo sub-gerente da agência, Lucrécia Lopes.
De acordo com o Sindicato dos Servidores Públicos Federais em Saúde, Trabalho Previdência Social e Ação Social do Estado do Paraná (Sindprevs), a paralisação ocorre em apoio à greve nacional da categoria, que foi deflagrada no sábado (4).
Com a greve, todas as 73 agências do INSS do estado estarão fechadas, segundo o sindicato. Até as 8h, apenas as perícias médicas estão sendo realizadas.
De acordo com o superintendente do INSS no Piauí, Carlos Augusto Viana, o órgão vai tentar garantir os direitos dos trabalhadores prestando o atendimento mínimo exigido pela lei. Por dia, as agências do INSS atendem uma média de 3.500 pessoas por dia no estado do Piauí.
Segundo ele, alguns serviços prestados aos cidadãos nas agências da capital e do interior não irão parar com o início do movimento, já que a lei exige que pelo menos 30% dos serviços sejam garantidos. A expectativa é de que as pessoas que fizeram agendamentos para perícias tenham o serviço garantido.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social no Estado do Piauí (Sintsprev-PI), Antônio Machado, afirma que a expectativa é que todas as agências do estado paralisem suas atividades.
A Assessoria de imprensa do INSS no Rio de Janeiro informou que, das cerca de 90 agências no estado, ficaram fechadas nesta terça-feira: Jacarepaguá, Raimundo Correa (Copacabana), e André Monteiro (Méier), na capital; Itaguaí, na Baixada Fluminense e Arrarial do Cabo, na Região dos Lagos.
De acordo com a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Federais em Previdência, Saúde e Trabalho do Estado (Sindprevs-RN), Fátima Caldas, a decisão pela paralisação no estado foi tomada em assembleia pela categoria e acompanha um movimento nacional.
“Há uma tentativa antiga de diálogo com o governo federal, mas o assunto nunca foi tratado com prioridade pelo Executivo. Apenas dois estados do país não aderiram à paralisação, Goiás e Amazonas”, conta a presidente.
Somente em Porto Alegre e Região Metropolitana, a categoria estima que 90% dos funcionários devam aderir à greve, que ocorrerá por tempo indeterminado.
A mobilização acontece também nas cidades de Canoas, Novo Hamburgo,Caxias do Sul, Santa Maria, Passo Fundo, Ijuí, Uruguaiana e Pelotas. Entre os serviços que podem ser afetados, estão encaminhamento de aposentaria, encaminhamento de auxílio-doença, emissão de certidão de tempo de contribuição e consulta de perícias médicas agendadas.
Os servidores de Santa Catarina também aderiram à greve deflagrada nacionalmente. Conforme o sindicato estadual da categoria, a previsão é que 60% dos trabalhadores participem da mobilização, afetando o serviço de agências.
De acordo com Luciano Veras, coordenador estadual do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência do Serviço Público Federal no Estado de Santa Catarina (Sindprev/SC), entre as solicitações dos funcionários está a reposição da inflação nos salários, mais concursos públicos, a incorporação das gratificações ao pagamento fixo e carga horária de 30 horas para todos os servidores.
Agências do INSS na capital e no interior de São Paulo amanheceram em greve nesta terça. Há paralisações nas regiões de São José do Rio Preto, Jundiaí, Campinas, Itaquaquecetuba, Piracicaba, Ribeirão Preto, Bauru, Vale do Paraíba, além da Baixada Santista.
Em Piracicaba, a estimativa é que cerca de400 atendimentos sem agendamento não sejam realizados na cidade durante o dia. Os agendados ocorrerão normalmente.
Cerca de 300 pessoas deixaram de ser atendidas nesta terça em Campinas. O sindicato diz que todos os serviços estão paralisados e não há previsão para a volta.
Na região de Jundiaí, cerca de 250 funcionários de nove agências estão parados, e o atendimento só é feito para pessoas que passam por perícia médica ou com horário agendado.
Com a paralisação nas duas agências em Rio Preto, pelo menos mil pessoas deixam de ser atendidas por dia nas unidades que funcionam na cidade. Na agência do bairro Boa Vista, em Rio Preto, apenas quatro funcionários estão trabalhando para priorizar o agendamento do benefício e agendamento de perícia médica.
O Sindprev informou que mais de 50% dos servidores da agência de Itaquaquecetuba do INSS aderiram à greve, e o local está fechado para o público. Em Suzano e Mogi das Cruzes os trabalhos seguem normalmente, já que poucos servidores aderiram ao movimento.
Segundo sindicalistas em Ribeirão Preto e Barretos, a paralisação na região é parcial e não houve prejuízos ao público.
Na região de Bauru, a adesão é de cerca de 40%, em média. No Vale do Paraíba, unidades de pelo menos sete cidades da região interromperam parcial ou totalmente o atendimento. Entre os municípios atingidos, estão São José dos Campos, Taubaté, Aparecida, Lorena, Campos do Jordão, Caraguatatuba e Bragança Paulista.
Funcionários de três unidades do INSS na Baixada Santista e uma no Vale do Ribeira entraram em greve nesta manhã. As unidades de Guarujá, Itanhaém e Peruíbe, no litoral de São Paulo, e a de Miracatu, no Vale, não estão atendendo. Já a unidade de Praia Grande fica paralisada parcialmente.
Duas agências do INSS entraram em greve nesta terça-feira no Tocantins, onde a paralisação foi parcial, segundo a assessoria de imprensa do órgão. A agência de Arraias paralisou todos os seviços, e a de Araguatins teve apenas alguns serviços suspensos.
A diretora de organização e política sindical do Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde e Previdência de Goiás e Tocantins (Sintfesp-GO/TO), Terezinha de Jesus Aguiar, afirmou que, até quinta-feira (9), serão feitos apenas os atendimentos agendados pelo telefone 135. Ela afirma que mais devem aderir à greve nos próximos dias.
fonte: Do G1, em São Paulo