Sofrência na base aliada – Amargurado, Elias do Gesso diz que vive doente, na “taca”, com coração apertado e chora na madrugada por conta de problemas internos no seu grupo

Se a oposição ao desastrado governo Léo Coutinho tem motivos de sobra para reclamar sobre todos os setores da administração, por sua vez a base aliada tem superado cada vez mais os oposicionistas na tarefa de criticar o chefe do executivo.

Na sessão desta terça-feira, 21, após um simples questionamento do vereador Mário Assunção, sobre a presença de veículos pesados (caçambas), com a logomarca do governo do estado transportando asfalto para uma operação tapa-buracos na cidade, seguiu-se um rosário de reclamações ao grupo dominante. “Estranhei isso e fui até a fábrica de asfalto e vi que a mesma estava fechada”, indagou o líder do governo.

Em seguida, o oposicionista Catulé deu uma luz sobre o assunto revelando tudo que estava por trás desse trabalho de asfaltamento na cidade. “Não estou surpreso. A usina de asfalto foi fechada pelo prefeito, o que ocasionou a demissão de 32 pais de família. Mas a Prefeitura contratou um elemento chamado de Eduardo DP, conhecido também como “O Imperador” por R$ 150 mil reais por mês. Fechou a usina do município e contratou um elemento que até 3 meses atrás estava preso por agiotagem e tantas e tantas outras coisas, sendo inclusive filho da ex-prefeita de Dom Pedro, que também esteve presa e hoje está solta, mas com medidas restritivas, pois usa tornezeleira e lamento que, mesmo tendo esse currículo bacana, não existe ninguém em Caxias que possa fazer esse serviço”, esclareceu Catulé revelando ainda que “tenho notícia que essa atitude [contratação de Eduardo DP] foi tomada pelo pai do prefeito”.

Iluminado pelo oposicionista Catulé, o governista Durval Júnior fez um duro comentário e desabafou que há 3 meses anda investigando o assunto. “Eu não sei mais o que é política”, iniciou Durval. “Esse Eduardo DP, aliado de Roseana [Sarney], foi acusado até de envolvimento no caso do jornalista Décio Sá e está aqui na nossa cidade? Quem é que trás um elemento desse pra cá?”, questionou ele que relembrou o discurso feito na última campanha: “nós colocamos aqui uma história de mudança pro povo de Caxias e vamos trazer o que tinha de ruim lá para fazer parte aqui? Esse elemento citado pelo vereador Catulé [empresário Fernando Júnior], dono desse Instituto [Escutec] que eu tive o desprazer de estar com ele por duas oportunidades, que era aliado de Roseana Sarney, que está aqui também e eu não estou entendo mais nada, não”.

Durval Júnior foi mais além lembrando que “vários empreiteiros estiveram ao lado do governador Flávio Dino na campanha e por que é que este tipo de elemento vem trabalhar aqui em Caxias, desempregando trabalhadores?”. O vereador governista ressaltou ainda que as vezes as pessoas confundem seu discurso duro, “mas é que temos que guiar tanto o nosso povo como nossos líderes o caminho do que é certo”. DJ disse ainda que as vezes deixa a Câmara triste, pois lembrou que, “há três meses, esse elemento [Eduardo DP] deu golpe em mais de 12 pais de família que trabalham com caçamba que puxaram aslfalto por 2, 3 meses para Aldeias Altas e outros lugares e nada receberam”, continuou seu desabafo informando que enquanto “os caxienses que tem caçamba ficam parados, só olhando as pessoas de fora, de Dom Pedro, trouxeram o Imperador, um homem rico, para trabalhar em Caxias”.

Vereadora engasgada

Embora seja um fiasco toda vez que usa o microfone, a vereadora Thais Coutinho é o que resta de apoio ao prefeito Léo Coutinho na Câmara e, embora limitada, tenta defender o primo dos bombardeios de oposicionistas e também de governistas. “Não foi a Prefeitura que fechou esse acordo com a empresa de Timon”, revelou Thais que em seguida disse “agora é um desabafo… o que eu acho engraçado, né… que política é uma arte… de acordos. Na época do Humberto Coutinho era mais fácil, porque quando o vereador tinha algum problema, alguma coisa, se reunia, conversava, era mais fácil. Não tinha esse problema. Hoje, no meu dia a dia, eu fico engasgada. Meu Deus, eu escuto cada coisa, né. Mas como eu disse, a política é acordo, né. Mas eu escuto tanta coisa aqui. Mas a gente tem que deixar e saber que realmente eu sou Thais, vereadora, que faço parte de um grupo, que respeito muito o meu líder”.

Só tem vez, quem era contra

Mas falando em governista triste com o seu grupo político, Elias do Gesso é o retrato da decepção.

Avesso ao uso do microfone, Elias discursou nesta quarta-feira e só poupou de criticas o deputado Humberto Coutinho, pois o resto, embora sem citar nomes, foi só lamento.

Dizendo-se amargurado, revelou que vive “doente, na taca, com coração apertado e chora na madrugada” por conta de problemas internos no seu grupo.

Citando o apresentador Ricardo Rodrigues (TV Band), o vereador governista declarou que já disse ao mesmo “que ele estava no caminho certo [de criticar o prefeito Léo Coutinho], pois todos que já vi bater nos prefeitos de Caxias se tornam secretários do município”, insinuou Elias dizendo estar “debaixo de taca. Vivo com o coração apertado, saio daqui doente, porque fui botado pelo prefeito e não posso dizer o que sinto”.

Embora tendo adotado o sobrenome “do Gesso”, em referência a sua atividade comercial, o vereador disse que a empresa de sua família não fornece nada para os construtores que trabalham para o município, “pois preferem adquirir gesso de quem era contra nosso grupo político”.

Colhendo o que plantou

As manifestações dos vereadores governistas cada vez mais ásperas contra o prefeito Léo Coutinho é o retrato da sua forma de administrar e tratar os aliados.

Se com os seus generais, que pressupõe-se serem beneficiados de alguma forma, o prefeito colhe cada vez mais a insatisfação ou a indiferença no apoio na Câmara Municipal, imagine do restante da população…

Da sessão desta quarta-feira, 21, o deputado Humberto Coutinho encontra a resposta para a impopularidade do sobrinho medida nas pesquisas quinzenais que manda 

POSTADO POR CLAUDIO SABA 

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