Aprovada em medicina na UFRJ pelo Sisu fez 900 exercícios em 2 semanas
Silvia Helena Planard, de 18 anos, passou em 4º lugar na instituição federal.
Jovem de Piracicaba foi mal no Enem por 2 anos seguidos e dobrou estudo.
A estudante Sílvia Helena Ferraz Planard, de 18 anos, foi aprovada em
4º lugar de medicina na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e revelou um dos “segredos”
para ter conseguido a nota necessária. Depois de ter desempenho abaixo
do esperado no Enem dos últimos dois anos, quando prestou como
treineira, ela decidiu se preparar melhor e fez 900 exercícios nas duas
semanas que antecederam o exame.
Segundo a jovem de Piracicaba (SP), o bom desempenho no Enem aconteceu
também porque ela entendeu as peculiaridades da prova e se preparou para
ela. “Eu comprei um livro de 500 páginas com simulados do Enem e provas
anteriores, e fazia 90 questões por dia, até na sala de aula. Nas duas
semanas antes da prova devo ter feito uns 900 exercícios parecidos com o
Enem”, relatou.
Com os 799,92 obtidos com a nota do Enem, Sílvia conseguiu a aprovação
no campus de Macaé da UFRJ com 807,41. A estudante explicou que cada
instituição define qual peso ela dará para cada matéria do Enem. “Em
Macaé eles colocam peso três na redação, e eu tirei 960 na redação do
Enem. No outro campus da federal do Rio de Janeiro, o corte foi 824,74.
Talvez eu passasse só na segunda ou na terceira chamada”, disse.
Sílvia ainda afirmou que estava confiante quando chegou para fazer a
prova porque, apesar de não saber as respostas, ela conhecia o “estilo”
das questões. “O Enem é uma prova longa e chata. Eu tentava fazer os 90
exercícios, mas dava 22h eu ia dormir, pois não adianta nada ficar
cansada a semana inteira antes do Enem. O Enem é uma prova que também
testa o quanto você aguenta”.
Surpresa
Quando soube que foi aprovada em 4º lugar na UFRJ, Silvia e mãe, que
estava com ela no momento da consulta do resultado, ficou surpresa. Ela
explicou que achou que não fosse passar por conta da instituição
oferecer apenas 15 vagas. “Achei que não passaria. Minha mãe ficou super
feliz por mim, começou a fazer festa, a gritar, ligou para o meu pai.
Minha irmã também ficou feliz”, contou a jovem, que tem uma irmã gêmea.
A federal do Rio de Janeiro foi o primeiro resultado divulgado da lista
de opções de Silvia. A garota ainda aguarda as notas das segundas fases
da Unesp, USP, além das provas e entrevistas da Universidade Federal de
São Paulo (Unifesp), Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto
(Famerp) e no Hospital Israelita Albert Einstein.
“Se eu passar em mais de um, vou ter que pensar bem para escolher.
Todas as faculdades são ótimas. O meu interesse pelo Einstein é porque é
a primeira turma de medicina que o hospital está abrindo, então eu
acredito que eles vão investir pesado no curso, para tentar se
consolidar entre as melhores do Brasil”, explicou.
Medicina
Silvia disse ainda que sempre teve interesse pela área médica, mas só
contou aos pais e amigos que pretendia prestar vestibular para o curso
em agosto do ano passado, quando teve certeza do caminho que iria
seguir.
“Sempre achei a medicina interessante, porque ela evolui com uma
rapidez impressionante se comparada a outras profissões. Os principais
pesquisadores ainda fazem descobertas quase diariamente e revolucionam
de uma maneira muito intensa a vida de muitos pacientes”, afirmou.
Filha de economista e engenheiro agrônomo, a estudante revelou que os
pais ficaram assustados com a decisão da estudante. “Perguntaram se era
isso mesmo que eu queria, se eu tinha certeza. Ficaram surpresos. Mas,
depois, quando entenderam que era isso mesmo, eles me apoiaram. Se você
não tem ajuda dos pais nessas horas, você não consegue nada”, disse.
Nota de corte
O curso de medicina do campus Cidade Universitária da UFRJ teve a maior
nota de corte da primeira edição do Sisu 2016. De acordo com o
Ministério da Educação (MEC), a nota mínima para conseguir uma vaga na
modalidade ampla concorrência foi de 824,74 pontos no Enemx. Se
considerado apenas os que concorreram por meio da modalidade cotas, a
nota de corte foi de 801,19 pontos.
Em dezembro, o G1 já contou a história da jovem quando ela chegou a levar uma lanterna ao vestibular da Unesp,
depois do local onde ela fazia a prova, o campus taquaral da
Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep), passar por um “apagão” no
primeiro dia. “Isso coloca em risco meu desempenho por algo que é
externo às minhas obrigações”, relatou à época.