Contas do governo têm rombo recorde de R$ 7,9 bi em março
Esse é o pior resultado para o mês desde o início da série histórica, em 1997; no trimestre, resultado negativo é de 18,21 bilhões de reais, também o pior em 19 anos
Em doze meses, governo central apresenta déficit de 142,01 bilhões de reais, ou 2,38% do PIB(Marcelo Sayão/EFE/VEJA)
Com a atividade econômica e o pagamento de tributos em queda, o governo central (Tesouro, Previdência Social e Banco Central) registrou déficit primário de 7,94 bilhões de reais em março, acumulando no primeiro trimestre rombo de 18,217 bilhões de reais, divulgou o Tesouro nesta quinta-feira.
Tanto para março quanto para o primeiro trimestre, os resultados são os piores da série histórica iniciada em 1997. Em pesquisa da agência Reuters, analistas estimavam saldo negativo de 10 bilhões de reais em março.
Nos primeiros três meses do ano passado, o primário acumulava superávit de 4,49 bilhões de reais. Em doze meses, o governo central apresenta déficit de 142,01 bilhões de reais – o equivalente a 2,38% do produto interno bruto (PIB).
Com dificuldades de cortar despesas e com a arrecadação em queda, o governo enviou ao Congresso Nacional um projeto de lei reduzindo a meta de superávit do governo central de 24 bilhões de reais para 2,8 bilhões de reais. A proposta também permitiria uma série de abatimentos que, na prática, podem resultar em um déficit primário de 96,6 bilhões de reais neste ano, o que será o terceiro resultado negativo anual seguido.
Caso a medida não seja aprovada até o dia 20 de maio pelo Parlamento, a equipe econômica precisará fazer mais um corte no Orçamento.
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Receitas – O resultado de março representa uma queda real (descontada a inflação) de 7,7% nas receitas em relação a março do ano passado. Já as despesas tiveram alta real de 4,3% na mesma comparação. Em 2016 até março, as receitas do governo central recuaram 5,0% e as despesas aumentaram 5,2%.
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