Juro do cheque especial atinge recorde de 300% ao ano em março, diz BC

Trata-se da maior taxa cobrada pelo setor financeiro ao cliente desde que o Banco Central começou a coletar os dados, em julho de 1994

Produção de cédulas de notas de 50 reais na Casa da Moeda no Rio de JaneiroEstoque de operações de crédito do sistema financeiro chegou a R$ 3,160 trilhões em março(Marcelo Sayão/EFE/VEJA)
O juro do cheque especial atingiu em março a marca de 300,8% ao ano, a maior taxa média cobrada pelo setor financeiro ao cliente desde que o Banco Central começou a coletar os dados, em julho de 1994, ano de início do Plano Real. Em fevereiro, a taxa já havia batido a marca de 293,9%. A taxa de juros do cheque especial só é superada no mercado pelos juros cobrados pelo rotativo do cartão de crédito.
O juro do rotativo atingiu a marca de 449,1% ao ano em março ante 443,9% de fevereiro, uma elevação de 5,2 pontos porcentuais na margem. Manteve-se, portanto, como a mais alta da série histórica iniciada em março de 2011. Merece destaque a forte correção promovida pelo BC no indicador de fevereiro. Na divulgação passada, a taxa daquele mês era de 447,5%.
A taxa de inadimplência no crédito livre ficou em 5,6% em março ante 5,5% do mês anterior. Para pessoa física, a taxa de inadimplência se manteve em 6,2% na comparação mensal. Para as empresas, subiu de 4,8% para 4,9% de um mês para o outro.
O índice de não pagamento vem subindo diante da crescente pressão sobre o orçamento dos brasileiros, em meio à recessão econômica, inflação e juros elevados, além de forte deterioração do mercado de trabalho.
Já o spread bancário, que calcula a diferença entre o custo de captação e a taxa cobrada pelos bancos ao consumidor final, subiu de 35,8 pontos porcentuais em fevereiro para 37,3 pontos.em março.
Estoque – No total, o estoque de operações de crédito do sistema financeiro caiu 0,7% em março ante fevereiro e chegou a 3,160 trilhões de reais. Em 12 meses, houve alta de 3,3% e, no primeiro trimestre deste ano, queda de 1,8%.
REVISTA VEJA

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