Assembleia volta a ser palco de tumulto em ato contra Pezão

Servidores das mais diferentes áreas participam do protesto contra o projeto anticrise do governo Pezão

A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) voltou nesta quarta-feira a virar palco de manifestações que descambaram em tumulto e confronto. Servidores do governo estadual foram até o Palácio Tiradentes, no centro do Rio, para protestar contra as medidas de austeridade do governo Luiz Fernando Pezão (PMDB), que estava marcada para ser discutida hoje na Casa. O batalhão de choque da Polícia Militar se posicionou na frente do prédio para evitar que o palácio fosse ocupado novamente pelos manifestantes, como aconteceu na semana passada. Os ânimos se acirraram quando os servidores tentaram derrubar as grades de contenção. A PM, então, interveio e lançou bombas de gás lacrimogêneo e efeito moral para dispersar os manifestantes.
Funcionários das mais diversas áreas, incluindo Saúde, Educação, Segurança, Ministério Público e Previdência, se concentraram em frente à Alerj para participar do ato. Os manifestantes chamavam as grades de “muro da vergonha” e seguravam faixas em que chamam a Assembleia de “presídio de políticos”.
Diretor secretário do Sindicato dos Servidores do Sistema Penal do Rio, Odonclei Boechat disse que os atos vão se suceder em todos os dias em que houver discussão e votação das medidas de Pezão, que visam ao reequilíbrio das contas do Estado, mergulhado num déficit de 17,5 bilhões de reais. A mais controversa é a que aumenta a contribuição previdenciária dos ativos e inativos.
“O (Jorge) Picciani (presidente da Alerj, deputado pelo PMDB) divulgou o calendário de discussões para desmobilizar os servidores. Ele pode mudar a ordem como quiser,que estaremos aqui. Uma das nossas preocupações é a perda do nosso triênio. Se não temos aumento, ele é nossa única salvação. Os sindicatos estão se reunindo e vamos nos revezar nos atos. A pressão dá resultado”, afirmou Boechat.
Pezão pediu e o Ministério da Justiça enviou agentes da Força Nacional Segurança para reforçar a guarda da Alerj, mas não foi possível ver se eles de fato participaram do esquema de segurança.
Na semana passada, os servidores invadiram a Alerj, em protesto contra as medidas anticrise. Eles tomaram o plenário, sentaram nas cadeiras dos deputados e ocuparam as galerias do segundo andar, onde costuma ficar o público que assiste as votações. Um sinalizador de fumaça chegou a ser aceso no plenário, na ocasião.
(Com Estadão Conteúdo)
 

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