Quem é quem na comissão que avaliará a denúncia contra Temer

Confira quem são os deputados integrantes da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), colegiado que vai emitir um parecer sobre a denúncia contra o presidente Michel Temer pelo crime de corrupção passiva. Saiba quais deles pertencem à base aliada ou à oposição, como votaram na reforma trabalhista e no impeachment de Dilma 

Rousseff e se, assim como Temer, são investigados na Lava Jato

COMO VOTOU

       Impeachment de Dilma       A favor do impeachment       Contra o impeachment       Não votou             Reforma trabalhista       A favor da reforma       Contra a reforma       Não votou     

66/66
  • Alceu Moreira
    PMDB  RS
  • Alessandro Molon
    Rede  RJ
  • André Moura
    PSC  SE
  • Antônio Bulhões
    PRB  SP
  • Arnaldo Faria de Sá
    PTB  SP
  • Arthur Lira
    PP  AL
  • Aureo Lídio
    SD  RJ
  • Betinho Gomes
    PSDB  PE
  • Carlos Bezerra
    PMDB  TO
  • Carlos Henrique Gaguim
    Podemos  TO
  • Chico Alencar
    PSOL  RJ
  • Cristiane Brasil
    PTB  RJ
  • Daniel Vilela
    PMDB  GO
  • Danilo Forte
    PSB  CE
  • Delegado Éder Mauro
    PSD  PA
  • Delegado Waldir
    PR  GO
  • Domingos Neto
    PSD  CE
  • Edio Lopes
    PR  RR
  • Elizeu Dionizio
    PSDB  MS
  • Esperidião Amin
    PP  SC
  • Evandro Gussi
    PV  SP
  • Expedito Netto
    PSD  RO
  • Fabio Garcia
    PSB  MT
  • Fábio Sousa
    PSDB  GO
  • Fausto Pinato
    PP  SP
  • Félix Mendonça Júnior
    PDT  BA
  • Francisco Floriano
    DEM  RJ
  • Genecias Noronha
    SD  CE
  • Hissa Abrahão
    PDT  AM
  • João Campos
    PRB  GO
  • Jorginho Mello
    PR  SC
  • José Carlos Aleluia
    DEM  BA
  • José Fogaça
    PMDB  RS
  • José Mentor
    PT  SP
  • Júlio Delgado
    PSB  MG
  • Juscelino Filho
    DEM  MA
  • Jutahy Junior
    PSDB  BA
  • Lincoln Portela
    PRB  MG
  • Luiz Couto
    PT  PB
  • Luiz Fernando Faria
    PP  MG
  • Maia Filho
    PP  PI
  • Marcelo Aro
    PHS  MG
  • Marcelo Delaroli
    PR  RJ
  • Marco Maia
    PT  RS
  • Marcos Rogério
    DEM  RO
  • Maria do Rosário
    PT  RS
  • Osmar Serraglio
    PMDB  PR
  • Paes Landim
    PTB  PI
  • Patrus Ananias
    PT  MG
  • Paulo Abi-ackel
    PSDB  MG
  • Paulo Freire
    PR  SP
  • Paulo Maluf
    PP  SP
  • Paulo Teixeira
    PT  SP
  • Rocha
    PSDB  AC
  • Rodrigo Pacheco
    PMDB  MG
  • Rogério Rosso
    PSD  DF
  • Ronaldo Fonseca
    PROS  DF
  • Rubens Bueno
    PPS  PR
  • Rubens Pereira Júnior
    PCdoB  MA
  • Sergio Zveiter
    PMDB  RJ
  • Silvio Torres
    PSDB  SP
  • Soraya Alencar dos Santos
    PMDB  RJ
  • Tadeu Alencar
    PSB  PE
  • Thiago Peixoto
    PSD  GO
  • Valmir Prascidelli
    PT  SP
  • Wadih Damous
    PT  RJ
Os sessenta e seis deputados da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) terão nos próximos dias a missão de emitir um parecer sobre a denúncia contra o presidente Michel Temer pelo crime de corrupção passiva. O trâmite no colegiado funciona como uma espécie de instrução do processo. Ali, o presidente apresentará a sua defesa e os parlamentares governistas e opositores farão a sua argumentação. Por fim, um relatório será produzido, votado e enviado direto para o plenário da Casa, que dará a palavra final sobre a questão — Temer pode ou não ser julgado pelo crime de corrupção passiva no Supremo Tribunal Federal (STF).
A votação no colegiado é meramente formal, mas serve como um bom indicativo de como se comportará o plenário na hora decisiva. Considerando a filiação partidária e não o posicionamento particular de cada membro, Temer tem ampla maioria na comissão — 44 deputados pertencem a siglas da base aliada, 13 à oposição e 9 a partidos que não tem uma posição clara. Ou seja, a soma dos opositores com os indefinidos daria apenas a metade (22) da bancada governista. Lembrando que para dar seguimento a ação contra o presidente, é preciso ter o aval de pelo menos 342 dos 513 deputados (ou seja, dois terços da Casa). Em outras votações importantes da Casa, 48 dos 66 membros votaram pelo impeachment de Dilma Rousseff e 38 pela reforma trabalhista.
A oposição sabe disso e quer alongar o processo até que fatos novos e o desgaste permanente do governo levem outros partidos a mudarem de ideia sobre o apoio a Temer. Os aliados do presidente, por outro lado, querem aproveitar a solidez atual da base, que garantiu a aprovação da reforma trabalhista e da PEC dos gastos, para enterrar a denúncia o mais rápido possível. A executiva do PSDB, por exemplo, deve se reunir (mais uma vez) nesta semana para decidir se liberará ou não a bancada a votar contra Temer.
Se for depender do rito definido no regimento da Câmara, o processo pode não ter a celeridade almejada pelo presidente. Pela norma, ele tem 10 sessões para fazer sua defesa. Depois disso, o relator, que ainda deve ser escolhido, contará com mais 5 sessões para produzir o parecer que será votado pelos 66 deputados. A Casa Legislativa já apreciou dois pedidos de impeachment (de Fernando Collor e Dilma Rousseff), mas é a primeira vez que avaliará uma denúncia contra um presidente da república no exercício do mandato — por isso, um roteiro ainda deve ser definido nos próximos dias pela presidência da Casa.
Apesar de sua vitória ser praticamente certa, Temer sabe que não pode dar nenhum passo em falso, principalmente pela denúncia estar nas mãos dos deputados, que se movem conforme as conveniências políticas do momento. Ele, no entanto, sabe que será julgado por colegas que, assim como ele, também são investigados na Lava Jato — pelo menos doze dos 66 integrantes da CCJ são alvo de inquérito na Operação. E ele não é nenhum iniciante em matérias de legislativo — presidiu a Câmara por três vezes e comandou o PMDB por mais de 15 anos.
Texto por Eduardo Gonçalves com Ricardo Bunduky; 
Design por André Fuentes, Alexandre Hoshino e Sidclei Sobral
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