Órfãos da Covid: 142 crianças perderam pai e mãe durante a pandemia no Maranhão
Levantamento levou em consideração as crianças até seis anos de idade que perderam os pais pela doença.
Um levantamento da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil) constatou que ao menos 142 crianças maranhenses perderam pai e mãe entre 16 de março de 2020 e 24 de setembro de 2021, por causa da Covid-19.
Os dados foram levantados com base no cruzamento entre os CPFs dos pais nos registros de nascimentos e de óbitos feitos nos 216 Cartórios de Registro Civil do Maranhão desde 2015, ano em que as unidades passaram a emitir o documento diretamente nas certidões de nascimento das crianças recém-nascidas em todo o estado.
No Brasil, no mesmo período, ao menos 12.211 crianças de até seis anos de idade ficaram órfãs de um dos pais vítimas da Covid-19. São Paulo, Goiás, Rio de Janeiro, Ceará e Paraná foram os estados que mais registraram óbitos de pais com filhos nesta faixa etária.
No levantamento, 25,6% das crianças de até seis anos que perderam um dos pais na pandemia não tinham completado um ano. Já 18,2% tinham um ano de idade, 18,2% dois anos de idade, 14,5% três anos, 11,4% quatro anos, 7,8% tinham cinco anos e 2,5%, seis anos.
No Maranhão, um dos casos em que pai e mãe faleceram por causa da Covid-19 aconteceu em abril deste ano, quando o engenheiro eletricista Ernandes Júnior e a mulher dele, a professora Julianna Mara Santos Sousa Farias, morreram em um intervalo de menos de um mês.
Juntos havia 16 anos, o casal tinha duas filhas, Alice e Maria Cecília. Julianna Mara Santos estava grávida do terceiro filho, quando foi diagnosticada com o novo coronavírus.
Julianna chegou a passar um mês internada em um hospital da capital maranhense em tratamento contra a doença. Durante o parto, o quadro clínico de Julianna piorou devido por causa de complicações. O bebê, chamado de Arthur, sobreviveu.
G1 MA —