Variante Delta aumenta em 43% as mortes semanais por Covid-19 na África

variante Delta está presente em 21 países africanos e causou uma alta semanal de 43% nas mortes por Covid-19 no continente. As informações são da OMS (Organização Mundial de Saúde), que enxerga na terceira onda da doença um ressurgimento sem precedentes de casos, algo que a entidade classifica como “trajetória destrutiva”. 

“As mortes aumentaram vertiginosamente nas últimas cinco semanas. Este é um claro sinal de alerta de que os hospitais nos países mais afetados estão chegando ao ponto de ruptura ”, diz Matshidiso Moeti, diretora regional da OMS para a África.

As internações hospitalares aumentaram em cerca de 10 países, e pelo menos cinco deles estão enfrentando escassez de leitos de UTI: África do Sul, Namíbia, Uganda, Tunísia e Zâmbia.

Segundo Moeti, a produção de oxigênio é a “prioridade número um dos países africanos” atualmente. “Os sistemas de saúde com poucos recursos enfrentam uma terrível escassez de profissionais de saúde, suprimentos, equipamentos e infraestrutura necessários para fornecer cuidados a pacientes com Covid-19 gravemente enfermos”, explica.

Michael Ryan, chefe do Programa de Emergências da OMS, alerta para o risco de a situação piorar ainda mais. Ele destaca que a África administrou uma dose da vacina contra a Covid-19 em menos de 3% da população total. Somada essa estatística à presença da variante Delta, pode-se criar uma “mistura tóxica” no continente. 

Américas

As Américas relataram quase 74 milhões de casos e 1,9 milhão de mortes pela Covid-19. O número total corresponde a mais de um terço de pacientes e acima de 40% das mortes globais. Porém, atualmente se observa um “quadro misto” da pandemia na região, com uma diminuição geral de novas notificações em quase 20% na semana passada.  

Nações da região central, incluindo El Salvador e Guatemala, têm os maiores aumentos. No Caribe, com destaque para Cuba, foi relatado o maior número de notificações em uma semana desde o início da pandemia.  

A Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) alertou que, nas Ilhas Virgens Britânicas, os casos triplicaram após a reabertura dos navios de cruzeiro. No México e nos Estados Unidos, as infecções também estão em alta. 

Já a redução de infecções, hospitalizações e mortes é observada em países como Brasil, Peru, Uruguai e Chile, tal como em grande parte da América do Sul.  

A diretora-geral da Opas, Charissa Etienne alertou para a subida de casos na Argentina e na Colômbia, levantando preocupações sobre “a capacidade do sistema de saúde de lidar com 98% dos leitos de UTI já em uso”. 

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News.

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